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Puerpério patologico
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PUERPÉRIO PATOLÓGICO

As doenças puerperais podem retardar o início do serviço dos animais em cerca de 60 a 80 dias, o que acarreta uma perda na eficiência reprodutiva do rebanho e, conseqüentemente enorme prejuízo econômico aumentando os custos da produção.

            As causas dessas afecções no pós-parto estão associadas a vários fatores como: gestação curta, indução de parto, nascimentos múltiplos, cetose, podem ocasionar retenção de placenta; ademais, as gestações muito longas e deslocamento do abomaso à esquerda, são fatores que podem causar metrite.

 INFECÇÕES PUERPERAIS

 No puerpério, o útero constitui ambiente extremamente favorável ao crescimento de microrganismos. A decomposição de restos das membranas fetais e a presença do lóquio fazem com que esse órgão torne-se excelente meio de cultura.

Existem evidências de que em 100% das vacas paridas, o útero sofre invasão de microrganismos infecciosos depois da expulsão do feto.  Em vacas com puerpério normal tal infecção é eliminada no 1º ou 2º estro pós-parto devido à ação estrogênica no útero e no trato genital. Alguns autores referem que a alta resistência às infecções neste período, se deve aos baixos níveis de progesterona, pois esta teria função inibitória à atividade funcional dos neutrófilos, principais responsáveis pela defesa antimicrobiana do útero.

 Em vacas consideradas normais, a contaminação bacteriana decresce 54,54% na primeira semana, 36,36% na segunda semana, 30% na terceira semana, 33,33% na quarta semana e 0% na quinta semana pós-parto. Alguns autores encontraram contaminação bacteriana em vacas com endometrite, partindo de 70,59% na primeira semana, 52,94% na segunda semana, 50% na terceira semana, 57,14% na quarta semana e 25% na quinta semana pós-parto. Nos animais examinados, 59,82% que apresentaram endometrites tinham associação bacteriana aeróbica-anaeróbica.

O nível de proteína na dieta animal influi na infecção uterina pós-parto; pois animais com dieta pobre em proteína demonstraram uma infecção persistente, e quanto à infecção com 40 dias pós-parto é mais freqüente em animais com dieta inadequada quanto ao nível de proteína.

Infecções por fungos no trato reprodutivo de vacas bovinas e bubalinas não são bem estudadas. Devido ao uso indiscriminado de antibióticos e terapias hormonais, a incidência dessas infecções vem crescendo e causando problemas de repetição de cio.

 CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES PUERPERAIS

 Usaremos duas classificações para identificação das infecções puerperais:.

1) ENDOMETRITE PUERPERAL AGUDA

 Principal fator é a inércia uterina

 Sintomas gerais: prostação, anorexia, hipertermia, diarréia, taquicardia e taquipnéia.

 Por palpação retal: útero cônico, com aderências e repleto de conteúdo fétido, achocolatado e pouco viscoso

Tratamento: Combate à infecção através de antibioticoterapia local(2-4 g ou 2-4 milhões UI penicilina, tetraciclinas). Tomar cuidado pois Estreptomicinas, Gentamicinas, Kanamicinas e Neomicinas são inefetivos em sua atuação local em útero pós-parto por não haver ambiente de aerobiose para apresentarem sua atividade terapêutica.

Infusão intra-uterina associada à agentes detergentes e desinfetantes à cada 3 dias.

Pode-se utilizar também Gluconato de Ca (EV) associado com ocitocina (10-30 UI, IM)

Animais de pequeno porte com endometrite a alguns dias (com toxemia e prostação) realizar OSH (ovário-salpinge-histeretomia) imediatamente, não tentar realizar outros tratamentos antes que o animal vai à óbito.

Infusão intra-uterina em pequenos animais é contra-indicada

 

2) ENDOMETRITE PÓS-PUERPERAL CRÔNICA

 É a cronificação de endometrites puerperais ou infecção ascendente via vaginal.

Essa é uma das principais causas de infertilidade ou sub-fertilidade nos bovinos.

Isso ocorre porque não é feito um bom controle no puerpério com utilização de especulo e avaliação de muco vaginal.

 ETIOLOGIA

 Fatores Predisponentes

A)    Higiene no parto

B)     Traumatismos durante o parto (manobras obstétricas indevidas)

C)    Atonia uterina

D)    Retenção de placenta

E)     Problemas de manejo e de nutrição

           Fatores Determinantes

Bactérias piogênicas sendo as mais comuns Staphylococcus; Streptococcus; Coyinebacterium pyogenes.  

Diagnóstico:

1)      Palpação retal: diagnóstico difícil pois o processo é restrito à mucosa

2)      Biópsia uterina: é ótimo para identificação do processo porém de aplicação na prática muito restrita.

CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA  ( DE ACORDO COM A EXUDAÇÃO – CATARROS GENITAIS)

Essa classificação é de grande valia na prática de campo.

Nas endometrites o processo é restrito à camada mucosa.

Alterações macroscópicas – excessiva quantidade de muco e hiperemia.

Alterações microscópicas – infiltração de polimorfonucleares ou linfócitos, extravasamento de plasma ou hemácias.

CATARROS GENITAIS  

A classificação é baseada na presença de exudação associada ao comprometimento cervical. É dividida em 4 graus. CGI; CGII; CGIII e CGIV

CATARRO GENITAL DE 1º GRAU (CGI) – (Cervicite e endometrite pós-puerperal crônica)

Ao exame vaginoscópico: prolapso e hiperemia do 1º anel cervical com hipersecreção mucosa de aspecto turvo.

 Prognóstico: Bom, alguns casos há cura espontânea com o cio normal (70% de cura).

Tratamento: Pode-se realizar infusão intra-uterina com preparados desinfetantes e/ou irritantes.

Fazer massagem uterina via retal.

 CATARRO GENITAL DE 2º GRAU (CGII) – (Cervicite e endometrite pós-puerperal muco-purulenta crônica)

 Inspeção direta e indireta: presença de secreção muco-purulenta (estrias de pus), além das alterações inflamatórias de cérvix e vagina.

 Prognóstico: Reservado, 35-50% de cura com os tratamentos de rotina.

A atividade cíclica é normal (são repetidoras de cio)

A repetição de cio, no entanto, ocorre em intervalo de tempo maior que 21 dias, isso porque ocorreu a fecundação, mas não ocorreu a implantação por comprometimento do endométrio, ocorre fibrose do endométrio.

Tratamento: Utilizar aplicação de prostaglandinas 11 dias após o cio, com isso ela faz com que haja migração de macrófagos para o útero, diminui o intervalo entre os cios.

Se não funcionar entrar com antibióticos como a oxittraciclina (Talcin), e mucolíticos como o Bisolvon, Tergentol e Tergenvet. Lembrar que qualquer antibiótico utilizado é eliminado no leite.

 CATARRO GENITAL DE 3º GRAU (CGIII) – (Cervicite e endometrite pós-puerperal purulenta crônica)

 Inspeção direta e indireta: descarga vaginal purulenta.

Prognóstico: De Reservado à mau – 25% de cura com os tratamentos de rotina.

Geralmente ocorre aciclia por presença de Corpo Lúteo pseudogravídico. O útero não produz rostaglandina porque o endométrio está lesado, com isso não ocorre luteólise.

Tratamento: Utilizar PGF2a para eliminar o corpo lúteo, assim o animal entrará em cio e eliminará o conteúdo purulento. A cada estro devem ser feitas infusões (geralmente por dois dias) O tratamento deve ser repetido a cada 11 dias (PGF2a + infusão), até que o muco perca a característica patológica.

CATARRO GENITAL DE 4º GRAU (CGIV) - PIOMETRA

 É Diferente da cadela que é hiperplasia glandular cística do endométrio com coleção purulenta.

Pode ser:

Fechada  - Palpação retal – Aumento e volume simétrico do útero com conteúdo líquido, aciclia

Aberta: Semelhante ao CGIII com maior quantidade de secreção.

Prognóstico: mau – animal perdido para reprodução – indicação de abate

 METRITE

            É uma enfermidade que acomete todas as espécies, ocorre comprometimento do miométrio por agentes infecciosos.

            É comum sua ocorrência no puerpério pelos fatores predisponentes do parto (distocia, ferimentos vaginais, retenção de placenta, prolapso uterino, manobras sem assepsia, presença de cio anovulatório no 14º dia pós-parto que mantém o colo aberto.)

            Todos esses fatores permitem a entrada de agentes neste miométrio que ainda está distendido e lesado.

Sintomas: Hipertermia, corrimento vaginal purulento, alterações no estado geral, inapetência e queda na produção Láctea.

Prognóstico: depende do tempo de evolução e da lesão. Normalmente o animal responde bem à antibióticoterapia.

Tratamento: Visa evitar ou controlar as infecções. Pode-se usar ocitócicos (se as condições do útero forem favoráveis, há risco de ruptura) e fazer lavagens uterinas com anti-sépticos. Fazer o animal entrar em cio favorece a correção mais rápida do problema

 PERTURBAÇÕES DAS CONTRAÇÕES UTERINAS PÓS-PARTO.

ATONIA UTERINA

            Ocorre ausência e involução uterina com eliminação precária de lóquios e retenção placentária. A contaminação que se segue pode matar a fêmea em menos de 24 horas.

            Acomete todas as espécies e tem como causas predisponentes os fatores hormonais, distúrbios metabólicos e alteração no úmero de receptores para a ocitocina. Como fatores secundários temos a gestação gemelar, a hidropsia dos anexos, o gigantismo, a fadiga decorrente de partos laboriosos e lesões em parede uterina.

Diagnóstico: É dado pela Ultra-sonografia e RX e, nos grandes animais,pela palpação retal onde se percebe a ausência das pregas longitudinais, flacidez e consistência flutuante.

Tratamento: Após a retirada dos fetos deve-se utilizar ocitócicos (se em tempo hábil 24 hs após o parto),associados ou não com cálcio e glicose. Em cadelas pode-se usar alcalóides do Ergot.

Deve-se utilizar antibióticos de amplo espectro e após a realização de antibiograma utilizar o antibiótico indicado.

HIPERTONIA UTERINA

Manutenção ou exacerbação das contrações uterinas e abdominais longo tempo após o parto. Ocorrência comum em eqüinos e pode gerar prolapso de útero, vesícula urinária e reto.

Dentre as causas temos a dor (o estímulo nervoso causa reflexos na musculatura). Fatores desencadeantes são  uso local de medicamentos irritantes, extração imprópria da placenta palpação retal e vaginal inadequada.

Tratamento: Inclui o uso de analgésicos (alívio da dor), anestesia epidural (diminui contrações), inibidores de contração uterina (panipar), além de tatar causas e consequências.

OUTRAS AFECÇÕES

  • HEMORRAGIAS

 Podem ocorrer em vagina, endométrio e miométrio (metrorragias).

Geralmente são causadas por descolamento brusco de placenta por manobras inadequadas, lesões por instrumento cirúrgico ou apêndice fetal, fetotomia ou auxílio inadequado.

O tratamento depende da lesão.

Hemorragias leves requerem anti-hemorrágicos (ação demora muito), ocitócicos (contraem a parede uterina e conseqüentemente seus vasos) e cálcio (participa da contração). Hemorragias severas requerem fluidoterapia, hemotransfusão, ligadura de vasos, laparotomia e histerectomia.

OBS: Em cadelas é comum a ocorrência de uma sub involução dos sítios placentários. Após dar cria, as fêmeas fica sangrando por um longo tempo. A causa desta patologia é a permanência de células trofoblásticas em determinadas regiões do útero, impedindo que a contração muscular estas porções ocorra. Embora não necessite tratamento, esta patologia predispõe o órgão à entrada de microrganismos.

  • HEMATOMAS NA MUCOSA VAGINAL

            São muito comuns em suínos. Geralmente ocorrem por lesão do tecido conjuntivo e subcutâneo, por ruptura dos vasos por falta de lubrificação e  manobras de tração do feto.

             Tratamento recomendado é a punção após a organização do hematoma (6ou 7 dias) e aplicação tópica de hialuronidase.

  • RUPTURA DE ÚTERO (E / OU VAGINA)

             Ocorre em trações violentas ou no uso inadequado de ocitócicos e similares. A ruptura uterina é extremamente grave, normalmente constitui achado de matadouro.

            O animal apresenta febre, inapetência, peritonite.

            Alguns fatores são predisponentes ao aparecimento desta enfermidade.

·        hidropsia de anexos

·        hipertonia de parede uterina (ocitocina em pré-parto)

·        ausência de dilatação da cérvix

·        gestação gemelar

·        distocias

·        projeção de uma extremidade fetal em direção imprópria.

     Outros fatores são determinantes:

Traumas externos

Acidentes de fetotomia

Fórceps em cadela

Tração inadequada

Uso inadequado de ocitócicos

 Tratamento:  através de laparatomia, sutura do útero

  •  RUPTURA DE PERÍNEO

 A ruptura de períneo geralmente é ocasionada por fetos grandes e em partos não assistidos ou mal assistidos (manobras mal feitas, parto seco, etc).

A ruptura pode ser evitada fazendo-se uma episiotomia e colocando-se a mão na cabeça do feto para proteger o períneo.

O tratamento e o prognóstico dependem de cada caso.

As rupturas de períneo são comuns em fêmeas primíparas e animais que apresentam mal formações, cicatrizes e retração em genital externo. Dentre as espécies animais são acometidos os eqüinos (casos de estresse de parto como por exemplo, pessoas assistindo) e bovinos (distocias).

Rupturas de períneo requerem tratamento posterior com limpeza e pomadas cicatrizantes e sutura.

Em caso de partos ocorridos há mais tempo, a cicatrização ocorre por segunda intenção.

  • FÍSTULA RETO -VAGINAL

 Ocorre a formação de uma cloaca onde se comunicam genital e reto que podem gerar complicações como infecções secundárias, pneumovagina, pneumometra, pneumoreto, queda na produção de leite, subfertilidade e infetilidade.

O tratamento consiste em suturar a parede retal e vaginal, após a realização de anti-sepsia, usando ponto simples separado e agulha curva e pequena. Realizar antibioticoterapia sistêmica.

  • PROLAPSO UTERINO

 O prolapso uterino é a saída do útero de sua posição normal com exteriorização total ou parcial. A ruptura dos ligamentos e/ou artérias pode ou não ocorrer mas, quando ocorre, é mais freqüente nos bovinos. Pode acometer um só corno ou os dois.  Isso ocorre no puerpério, se não estiver n puerpério, não é o útero que prolapsou. A ocorrência do prolapso uterino está relacionada com a retenção de placenta.

Etiologia: Predisposição hereditária, idade ( normalmente ocorre com fêmeas mais velhas), tração forçada, atonia uterina com contrações abdominais, piso inclinado (fêmeas de grande porte), lesões no canal do parto.

Sintomas: Cólicas, tenesmo, exteriorização e diversos graus do útero, visualizando através da rima vulvar.

Tratamento: O tratamento visa recolocar o órgão em sua posição normal, se as condições forem boas. Em grandes animais os procedimentos a serem adotados incluem colocar o animal em estação, com os membros pélvicos mais elevados, anestesia epidural e recolocação do órgão no lugar.

Antes deve ser feita uma lavagem criteriosa do órgão exposto. Passa-se uma bandagem úmida ao seu redor para firmá-lo bem. Enquanto ele vai sendo introduzido um auxiliar desenrola a bandagem.

Após a recolocação pode-se costurar a vulva diminuindo sua abertura para que não haja recidiva. O mais importante, entretanto, é controlar se há ou não involução.

Caso a redução por este meio não seja possível, pode-se ainda tracionar o órgão através de incisão feita no flanco direito.

Após a colocação do órgão em seu local original, introduzir no órgão solução fisiológica aquecida para distendê-lo bem na cavidade. Este líquido deverá ser retirado após 15 ou 20 minutos.

Em caso de lesões sérias no órgão, preconiza-se sua amputação, ou redução do prolapso e castração.

Em pequenos animais o órgão é recolocado apenas com as mãos.

 Deve-se utilizar sempre antibioticoterapia, analgésicos e anti-tetânica (principalmente em eqüinos)

 Prognóstico: Depende do grau de lesão uterina e do tempo de ocorrência.

  • PROLAPSO DE BEXIGA

 É a saída da vesícula urinária como resultado de ruptura da parede ventral da vagina, normalmente devido à manobras obstétricas inadequadas. É uma patologia menos comum do que o prolapso de útero.

O diagnóstico é dado por inspeção e palpação e o tratamento preconizado é o esvaziamento da bexiga, cateterização, limpeza, redução do prolapso e sutura da vagina.

  • PROLAPSO DE RETO

 Normalmente é seqüela de esforços expulsivos excessivos.

O tratamento preconizado é a sua recolocação( se as condições estiverem boas), sob anestesia e posterior sutura .

Caso esteja muito lesado deve-se amputar a região lesada .

  • ACETONEMIA OU TOXEMIA DA PRENHEZ

 Constitui um desequilíbrio energético, com a formação de ácidos graxos (metabolização de gordura) que se transformam em corpos cetônicos. O incremento destes na circulação intoxicam o animal e deprimem o SNC.

Geralmente associa dois eventos: fêmeas com grande volume abdominal (gêmeos ou crias grandes) e alimentação de má qualidade.

 Sintomas: Anorexia, constipação, sonolência, depressão e paralisia.

O animal apresenta-se apático, sem interesse pelo alimento e apresenta perda da acuidade visual (bate em obstáculos). O animal apresenta hipoglicemia, acetonemia e acetonúria, com queda de peso e na produção de leite. Hipotermia marcante e risco de morte maior do que da hipoglicemia.

Cabras: nesta espécie animal o quadro se inicia com edema de membros (boleto), sensibilida ao caminhar, aumento exagerado do tamanho do ventre (crias grandes ou e grande número)

O animal se alimenta menos quer pela dificuldade de caminhar quer pelo fato do rumem estar comprimido pelo útero gravídico, e há maior mobilização de reservas das mães para as crias.O animal fica mais lento, com menor disposição para se alimentar e na fase final apresenta sintomas nervosos como o opistótomo (olha para as estrelas) e hipotermia.

Na necropsia verifica-se esteatose hepática, com o fígado adquirindo coloração ocre que é patognomônica de toxemia da gestação.

  Diagnóstico: Odor de acetona na urina e pelo quadro clínico (animal hipoglicêmico, apático, não busca alimento)

 Na ovelha observa-se no final da gestação um grande volume abdominal demonstrando a presença de gestação gemelar, histórico de pouca comida durante o período de gestação. Animais muito gordos também podem entrar em acetonemia.

Deve ser feito o diagnóstico diferencial com a hipoglicemia e hipocalcemia.

 Prognóstico: Na vaca não causa morte mas compromete muito a produção leiteira. Na cabra e ovelha causa morte.

Tratamento:  Percebendo que o animal está entrando em toxemia, fornecer uma alimentação mais rica (aumentar o conteúdo protéico e energético sem aumentar a quantidade de ração), protetor hepático (Metiocolin).

O suporte energético deve ser feito com propileno glicol ou glicerina, que são degradados direto no rumem, com aproveitamento imediato.

Se o quadro continuar se agravando, mesmo com o tratamento, decidir o que é mais importante, a vida da mãe ou da cria.

  • ECLÂMPSIA PUERPERAL

 Os carnívoros e suínos apresentam uma toxicose gestacional ou puerperal com distúrbios neuroendócrinos e metabólicos, com quadro sintomático caracterizado por convulsões tônico-clônicas, genéricamente designadas por eclampsia.

 Etiologia: As deficiências minerais e predisposições raciais favorecem o desenvolvimento desta enfermidade. Nas cadelas não se observa a perda da consciência esmo durante as fases mais intensas da convulsão.

 Sintomas: Na fase prodrômica observa-se inquietação do animal e polipnéia com respiração ruidosa.

O quadro sintomático caracteriza-se por convulsões, conseqüentes e contrações tônico-clônicas da musculatura.

As principais modificações do estado geral são: taquipnéia com respiração superficial e ruidosa; taquicardia, hipertermmia intensa (42ºC), os reflexos da pupila e da córnea estão presentes.

 Diagnóstico: O diagnóstico é feito pela avaliação dos sintomas, pela ocorrência no final da gestação e mais freqüetemente no puerpério, após o parto de muitos filhotes e principalmente pela verificação da hipocalcemia,.

 Tratamento: Administração endovenosa de 20  a 30 ml de solução contendo sais de Ca e Mg (4g de cloreto de cálcio e 1,5 g de cloreto de Mg em 50 ml de água bidestilada estéril) ou solução de gluconato de cálcio a 20%. Estas injeções devem ser lentas.  Após o tratamento de urgência, para se previnir rescidivas é conveniente administrar-se Vit D e suplementação da ração com sais de cálcio e fósforo, bem como impedir a amamentação de muitos filhotes.

  • RETENÇÃO DE PLACENTA

 Dizemos que um animal está com retenção de placenta quando os animais expulsaram as membranas após a média do período normal para a espécies. Este tempo em que a placenta fica retida favorece entrada a entrada de microrganismos e causa metrite.

A retenção geralmente é causada pela hipotonia decorrente da manipulação. Pode ser causada por ;

Abortamentos e parto prematuros (placenta imatura)

Inércia uterina (involução falha do órgão)

Fatores endócrinos (baixo estrógeno e progesterona; progesterona alta, baixos níveis de PGF2a

Fatores nutricionais ( cálcio, vitaminas A e E e selênio)

Patogenia: Em bovinos é normalmente causada por distúrbios no mecanismo de descolamento dos placentomas:

Placentomas imaturos, edema de vilosidades, necrose epitelial do córion e da cripta, involução progressiva dos placentomas, hiperemia dos placentomas.

 TRATAMENTO:

 O tratamento preconizado inclui massagens uterinas por via retal ou vaginal para facilitar a expulsão, aplicação de ocitócicos se ainda em tempo ou prostaglandinas (auxiliam a contração e favorecem a chegada de macrófagos).

Como o animal entra em septicemia (febre, anorexia, etc.) tratar com penicilina parenteral e oxitetraciclina intra uterina.

Aguardar que a placenta entre em putrefação e descole sozinha.  Embora possa ser utilizada uma tração leve (até o ponto onde há resistência ou sangramento), nunca puxar embora alguns autores preconizem cortar a parte exposta.

Em pequenos animais – faz-se massagem abdominal com o animal nas duas patas traseiras. Colocá-lo em banheira com água quente até a cicatriz umbilical. Utilizar derivado de Ergot, ocitocina até 12 horas do parto.

Processo raro em eqüinos ( a placenta estará toda solta no útero). Sintomas de cólica, sudorese.

 

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Última modificação: 18 maio, 2005