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MEMBRANAS
FETAIS E PLACENTA (UNIDADE FUNCIONAL)
ÚTERO
E FETO DURANTE A GESTAÇÃO
1.
Evolução de zigoto a embrião
Após
a fecundação ocorre a divisão do ovo gerando a mórula e posteriormente o
blastocisto. A
posterior evolução do blastocisto dará origem ao trofoblasto e o botão
embrionário que, por sua vez, dará origem ao ectoderma, endoderma e mesoderma. Ectoderma:
epiderme, pêlo, casco, SN Endoderma:
glândulas, fígado, revestimento interno do sistema digestivo. Mesoderma:
somitos, tecido muscular liso, estriado e cardíaco, órgãos da circulação
(coração, vasos sanguíneos e linfáticos), tecido conjuntivo (ossos,
cartilagens, ligamentos e tendões). 2.
Reconhecimento materno da prenhez
O
reconhecimento inicial é feito pela proteína trofoblástica fetal, produzida
pelo embrião e que informa a mãe de sua presença, fazendo com que ela não
produza prostaglandinas e permitindo a manutenção do CL.
Após
o período inicial começaria haver a síntese de prostaglandina com a conseqüente
lise do CL caso em que não haja o reconhecimento da gestação. Em
casos de desequilíbrio iônico ou endometriose, mesmo com a produção da proteína
trofoblástica haverá a reabsorção embrionária, porque o ambiente está
desfavorável à nidação e desenvolvimento do embrião. O
período que vai do reconhecimento da prenhez até o fim da união é um período
de grande fragilidade, com freqüentes mortes embrionárias e reabsorções. Quando
ocorre a união completa (implantação), ou seja, todos os sistemas de anexos
estão prontos, o embrião passa a ser um feto e a placenta está
verdadeiramente funcionante. Após
este período, se ocorre a morte fetal nos primeiros dias após a implantação
(entre 50 e 60 dias) há a reabsorção do feto com um pequeno sangramento. Se
este feto não é reabsorvido e nem expulso, há reabsorção dos líquidos
fetais e ele se torna mumificado.
Neste caso, não ocorre a produção de prostaglandina, pois o organismo
materno interpreta a presença deste feto como gestação e o CL fica integro e
funcional. A
mumificação somente ocorre se o ambiente estiver asséptico.
Se a morte ocorrer em um ambiente contaminado o feto sofre maceração
causando uma septicemia que culmina na expulsão do feto já diluído e pode
causar a morte da mãe. 3.
Implantação
É
a união completa entre o embrião e a parede do útero. 4.
Desenvolvimento placentário
Cada
espécie animal apresenta um tipo de ligação de seus anexos com o endométrio
uterino. No
útero existem algumas estruturas diferenciadas denominadas carúnculas, cerca
de 100. O epitélio que cobre essa região é diferente do epitélio uterino. As
glândulas uterinas se abrem na região inter caruncular. A
superfície do cório (embrião) tem também um epitélio superficial
diferenciado (trofoblasto) e esse epitélio tem a característica de destruição
do epitélio uterino, maior ou menor dependendo da espécie. Nos
ruminantes não é invasivo, vai se unir epitélio com epitélio sobre as carúnculas
(cotilédones) . Em bovinos a carúncula é convexa, em ovelha ela é côncava.
Os cotilédones se encaixam sobre as carúnculas formando o placentoma (ou
placentônio). O
número de carúnculas é maior principalmente em fêmeas de primeira cria. O
cotilédone pode crescer tanto que une 2 carúnculas formando placentomas
disformes e não arredondados. Parece
que a quantidade de placentomas está relacionado com o tamanho de nascimento do
feto. Quantidades de placentomas nas diferentes espécies:Bos
taurus
88 placentomas Bos
indicus
56 placentomas Bubalus
bubalis
102 placentomas Pequenos
ruminantes
120 placentomas O
Bos taurus nasce maior que o Bos indicus Em
humanos o óvulo se implanta na parede e o trofoblasto invade o tecido uterino
“comendo” a parede uterina. Placenta:
é a oposição ou fusão das membranas fetais com a membrana mucosa uterina. O
tipo de placenta e a passagem imunológica que ela permite varia conforme a espécie
animal. Vaca
- placenta zonária cotiledonar. Presença de cotilédones (côncavos,
pertencentes aos anexos embrionários) e de carúnculas (convexas, parte do
endométrio) que se ligam firmemente, fundindo-se através das vilosidades do
corion. Égua
: Placenta difusa completa Porca
: placenta difusa
incompleta (pontos difusos que se ligam ao endométrio) Cadela
e gata: placenta zonária circular Macaca
e mulher: placenta zonária discoidal 5.
Anexos embrionários fetais (membranas)
Função
dos anexos
·
Proteger
o feto contra traumatismos, desidratação e contração. ·
Permitir
o desenvolvimento e movimentação fetal. ·
Promover
a dilatação do conduto pélvico quando do parto. ·
Lubrificar
a vagina e vulva facilitando a expulsão do feto. ·
Ação
bactericida. ·
Prevenir
aderências. O
saco vitelínico é ligado ao embrião pelo duto vitelo-intestinal. O
embrião engole água do saco aminiótico e urina dentro do saco alantóide com
isso esse saco vai crescendo e envolvendo o feto. Quando ele atinge um tamanho
grande , se une ao cório para formação da placenta cório-alantóide. A
cavidade uterina limita o crescimento das membranas. Nos bovinos a extensão
placentátia permite o nascimento de gêmeos, nos eqüinos não, os fetos morrem
por falta de extensão placentária. O
cório e o alantóide são vascularizados, o aminio não tem vascuarização.. Funções
da placenta
A
placenta desempenha múltiplas funções, substituindo o TGI, pulmão, fígado,
rins e glândulas endócrinas. Separa
o organismo materno do fetal, assegurando: ·
o
desenvolvimento do feto. ·
respiração
e alimentação do feto ·
eliminação
de substâncias metabolizadas pelo feto através o sangue materno ·
é
um órgão de filtração ·
é
um órgão de secreção interna (PMSG, HCG, P4, E2). Função endórina. ·
transmissão
de imunidade parcial nos carnívoros e ruminantes ·
prepara
o organismo materno para o parto e lactação futuros através da secreção do
HLP (hormônio lactogênico placentário). 6.
Classificação das placentas corio alantoides (antiga)
(*)
Não ocorre passagem de sangue, ou seja, não existe o contato sangue materno e
sangue fetal. (**)
Pequena chance de passagem de imuneglobulinas Obs
1.: Nos ruminantes, após o parto há a eliminação dos lóquios (mistura de células
uterinas e sangue), demonstrando presença de lesão tecidual. Obs.2
: Alongamento da vesícula: passagem dos anexos de um corno para o outro.
Comum em animais não multíparos. Obs.3
: A placenta pode apresentar presença de placas glucogênicas de calcio
(pequenas formações esbranquiçadas) Não são patogênicas. Obs.4
:Placentite: hemorragia, descolamento e expulsão do feto, geralmente por causa
infecciosa. Classificação atual de placentação(Leiser,
1997)
De acordo com Leiser podemos classificar as placentas de acordo com os seguintes critérios: a)
Arranjo das membranas fetais b)
Formato da área de junção materno fetal c)
Modelos de tecidos de interdigitação materno fetal d)
Classificação pelas camadas componentes da membranas inter-hemática ou
barreira placentária. e)
Classificação placentária através das inter-relações do fluxo sangüíneo
materno-fetal.
Cório-alantóide – Animais domésticos Cório aminiótica – Humanos Cório vitelínica Coriônia Nos
cães e nos eqüinos o saco vitelínico dura por mais tempo, por isso existe uma
pequena placenta do tipo cório vitelínica ventral, juntamente com a placenta cório-alantóide. Nos
ruminantes e suínos o alantóide na o atinge a região dorsal então temos uma
região de placenta cório-amniótica dorsal. São
classificadas como cório-alantóides por ser a maior extensão da placenta
neste formato.
PLACENTA DIFUSA - O cório viloso apresenta projeções em toda a superfície. PLACENTA
DIFUSA COMPLETA – Eqüinos A
placenta da égua apresenta projeções chamadas microcotilédones ms não
possui carúnculas PLACENTA
DIFUSA INCOMPLETA
- Suínos, porque nas regiões dorsais é incompleta. PLACENTA
ZONÁRIA
–
projeções
coriônicas em determinados pontos PLACENTA
ZONÁRIA COTILEDONAR – Ruminantes PLACENTA
ZONÁRIA CIRCULAR OU ANELAR – Cães e gatos PLACENTA
ZONÁRIA DISCOIDAL – humana
PLACENTA PREGUIADA – gata e cadela PLACENTA
RUGOSA – Porca PLACENTA
VILOSA – Mulher, ruminantes, eqüinos PLACENTA
LABIRÍNTICA – capivara, paca, cutia. Porco-da-ínidia
EPITÉLIOCORIAL - Porca e Égua – Epitélio fetal e uterinos são intactos São seis camadas para passar substâncias dos vasos
maternos para os fetais. ENDOTÉLIOCORIAL –
o epitélio forma um sincício, corroi o epitélio uterino –
sitotrofoblasto O sincício trofoblasto – em contato com o endotélio a)
sincício
com uma camada – Capivara, paca, cotia, porquinho da índia b)
Hemodicorial
– sincício com
duas camadas – coelha c)
Hemotricordial – sincício
com três camadas – rato e camundongo SINEPITÉLIOCORIAL(antiga
sindesmocorial) – Ruminantes Os
ruminantes tem migração de células trofoblástias para o epitélio uterino,
essas células multinucleadas parecem estar relacionadas com a retenção
placentária. Nos bubalinos o nº de células é constante – não tem retenção
placentária, nos bovinos o nº de células diminui do 7º mês de gestação
– 30% de retenção placentária. A
migração dessas células possui a função de transporte de substâncias. Bovinos – migração do trofoblasto binucleada transporta lactogênio placentário Eqüinos
– São chamadas células cup e trazem ECG e)
Classificação placentária através das inter-relações do fluxo sangüíneo
materno-infantil PARALELO OU CONCORRENTE -CORRENTE
CRUZADA PARA CONTRA-CORRENTE - Suínos MULTIVILOSO
– homem e ruminante CORRENTE
CRUZADA – Gata e cadela (cruza fazendo 90º) CONTRA-CORRENTE
– capivara, cutia, paca, porquinho da índia 7.
Origem, composição e função dos líquidos fetais
8.
Circulação fetal Os
pulmões são inativos no feto e o sangue oxigenado chega ao endométrio
atingindo a veia umbilical. Passa pelo ducto venoso, chega ao atrio E e D, aorta
e sai pela artéria umbilical. O
duto venoso, a crista divergens, o forame oval e o duto arterioso desviam sangue
oxigenado do fígado, ventrículo direito e pulmões afuncionais,
respectivamente. CIRCULAÇÃO FETAL9.
Trocas placentárias
10. O organismo materno durante a prenhez. Interação hormonal, preparo para o parto e lactação.
Durante este período é necessário cuidado redobrado com traumas, vacinações e vermifugações.
Embrião bovino |
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