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Neonat. Cães e Gatos
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Introdução

Na prática veterinária, cuidados pediátricos com os cães e gatos ocorrem do nascimento até os 6 meses de idade.

A primeira visita ao veterinário, normalmente ocorre ás 6 semanas de vida (45 dias) .

Deve ser realizado um exame físico completo, verificando-se condições mentais, postura, locomoção e respiração. Parâmetros como temperatura corpórea, batimentos cardíacos, movimentos respiratórios, tempo de preenchimento capilar e peso corporal devem ser anotados.

O tórax deve ser percutido e auscultado, o abdome deve ser palpado para evidenciar alguma possível anormalidade.

Na inspeção física deve se checar a cabeça, cavidade oral para evidencias de mal formações.

Devem ser examinados os dentes para problemas de oclusão e doenças periodontais.

FILHOTES COM DUAS SEMANAS DE VIDA.

Um neonato saudável é firme, rechonchudo e vigoroso.

O choro ocorre em resposta a dores, frio, falhas na amamentação, ou pouco contato com a mãe.

É anormal se um neonato sadio chorar por mais de 20 minutos, porém neonatos doentes choram incessantemente.

Um neonato doente é fraco,  e relaxado, com fraco tônus muscular.

Filhotes sadios possuem mucosa hiperemica até 4 a 7 dias, enquanto que os doentes freqüentemente possuem mucosas pálidas, cinzas ou cianóticas

Animais doentes não possuem os sons normais do intestino à auscultação abdominal. A diarréia ocorre em 60% dos neonatos doentes.

Se o neonato é separado da mãe são necessárias algumas providências com relação ao ambiente. O ideal é que seja mantido à uma temperatura ambiente de 26,5 a 29ºC e umidade de 55% a 65%. Alguns artifícios podem ser utilizados para esquentar os filhotes como bolsas de água quente, lâmpadas, garrafas com água aquecida, etc, porém deve-se ter o cuidado de expor os animais à queimaduras ou a ambientes muito quentes. Deve-se controlar a temperatura com termômetro.

Hipotermia (temperatura entre 23 e 35ºC) são comuns e asociadas com depressão respiratória, bradicardia, paralisia gastrointestinal e coma. Não é indicado a alimentação oral em animais com hipotermia pois não ocorre a digestão no íleo.

Muitos neonatos doentes,são hipoglicêmicos por função hepática imatura para depleção de glicogênio.

Pode-se prover glicose oralmente (inicialmente 1-2 ml a 5%-15% solução de dextrose). Caso ocorra desidratação administrar fluido contendo 2,5% de dextrose e 0,45% de cloreto de sódio subcutâneamente.

Solução de dextrose hipertônica não deve ser administrada no subcutâneo.

Neonatos exibindo disfunção neurológica, choque ou desidratação severa deve receber glicose parenteral por via endovenosa, na dose de 0,25 ml por 25 g de solução de dextrose 20%.

Após o restabelecimento das funções pode-se iniciar a amamentação. O estômago dos neonatos possuem capacidade de 50 ml/Kg. Inicialmente cães ingerem 10 ml cada 4 a 6 horas, e gatos ingerem 5 ml cada 4 a 6 horas. A quantidade é gradualmente aumentada.

Se ocorrer diarréia deve-se diluir a fórmula 1:2 com solução eletrolítica até cessar a diarréia.

Mucosas pálidas e tempo de preenchimento capilar demorado em ausência de anemia, indicam colapso circulatório e 12% a 15% de desidratação.

Fluído endovenoso pode ser dado a razão de 1ml por 30 gramas, por 5 a 10 minutos. A fluidoterapia é continuada até  cor e tempo de preenchimento capilar ser restaurado.

Doenças específicas;

Dermatite neonatal

Conjuntivite neonatal

Infecção umbilical (Streptococcus)

Septicemia neonatal

Herpesvirus canino e parvovírus canino tipo 1

FILHOTES COM 6 SEMANAS

Durante a segunda e sexta semanas os maiores problemas são os parasitas internos e externos, hipoglicemia juvenil, desidratação por diarréia, e traumatismo.

Toxocara pode ser transmitido pela via transplacentária eAancylostoma pode ser ingerido com o leite.

Os filhotes podem ser tratados com palmoato de pirantel (5-10 mg/Kg via oral) com 2-3 semanas de vida.e repetir a cada 2-3 semanas até as 12 semanas.

Protozoários também podem causar diarréia em jovens animais, incluindo a Giárdia e Coccidia.A primeira é tratada com metronidazol (30/Kg administrada oralmente por 7 a 10 dias), febantel (30-40 mg/Kg administrada oralmente por 7 dias) ou fenbendazole (50 mg/Kg oralmente por 7 dias)

Coccidiose pode ser eliminada com sulfadimethoxine a 50 mg/Kg no primeiro dia e doses diárias de 25 mg/Kg até os sinais desaparecerem.

Ectoparasitas podem causar sérios danos aos filhotes. A mãe deve ser tratada, com relação aos filhotes a maioria dos produtos não podem ser utilizados, o que pode ser utilizado é o spray a base de piretrina , não aplicando na cabeça.

Hipoglicemia juvenil pode ocorrer por causa da imaturidade do sistema hepático, aumenta o estoque de glicogênio e aumenta o requerimento metabólico de glicose. Sinais incluem tremores, fraqueza, letargia e coma.

O tratamento envolve administração endovenosa de glicose (0,5-1,0 g/Kg) diluído a 5% a 10%.

         Desidratação é um problema sério em filhotes, pode ser causada por intolerância á lactose, excesso de sólidos, excesso de ácidos graxos saturados, parasitas, infecção, toxemia.

ANIMAIS 6 A 12 SEMANAS        

Os filhotes entre 6 e 12 semanas são mais similares aos adultos em termos de função renal, temperatura corpórea e sinais vitais. Como o nível de anticorpos transferidos pela mãe devem ter diminuído nesse período, eles são suscetíveis a doenças infecciosas e devem ser isolados de outros animais até a vacinação ser completada com 15 a 16 semanas.

         O principal problema nessa idade são as doenças infecciosas (leucemia felina, peritonite infecciosa felina, panleucopenia felina, enterite virais em cães).

         Em geral o manejo dessas doenças consistem na prevenção da hipoglicemia, desidratação, hipoproteinemia e anemia.

PROGRAMA DE CUIDADOS  PEDIÁTRICOS PARA CÃES

  1. Primeira visita ocorre geralmente com 6 semanas de idade.  

Realização de exame físico geral e pesagem do animal

 Avaliar com relação a presença de parasitas e dermatófitos e iniciar a terapia  adequada  

  • Pulgas, carrapatos e ácaros da orelha (Otodectes cyanotis)  

  • Ácaros da sarna, especialmente Demodex canis  e Sarcoptes scabiei

  • Dermatofitos, particularmente Microsporum e Trichophyton mentagrophytes  

    •  Exame de fezes  

    • Iniciar administração de manejo preventivo contra dirofilariose

    • Administrar anti-helmíntico como palmoato de pirantel para vermes redondos, se houver vermes chatos também administrar praziquantel.  

    • Vacinar com a V-8

    • orientar a nutrição e rotina de crescimento.

    • Providenciar folhetos educativos com relação aos cuidados com os animais.

  1. Segunda visita geralmente com 9 semanas  

Exame físico completo e pesagem do anima

Avaliar com relação a ectoparasitas (conforme citado anteriormente)

Realizar exame de fezes

Ajuste da dosagem do preventivo contra dirofilariose

Administrar anti-helmíntico

Vacinar com a V-8

Realizar ajuste nutricional de acordo com a necessidade. 

  1. III –Terceira visita geralmente com 12 semanas

         Repetir os procedimentos.

         Com relação a vacinação aplicar a V-8 e anti-rábica.

  1.  Visitas subseqüentes anuais.

 

 

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Última modificação: 18 maio, 2005