Home Acima Comentários Conteúdo Pesquisar

Diag. Gestação
Acima Conceitos Gerais Anatomia Fisiologia gestação Placentação Diag. Gestação Pat. Gestação 1 Pat. Gestação 2 Disturbio Metabólico Abortamento Mecanismo Parto Parto Normal Estática fetal Distocias Ovario Hist. Cesareana Vacas Fetotomia Cesarea Pq. Animais Neonatologia Equina Neonat. Cães e Gatos Uso de Medicamentos Puerpério Puerpério patologico BIBLIOGRAFIA

 

DIAGNÓSTICO  DA GESTAÇÃO NAS FÊMEAS DOMÉSTICAS

A importância de um diagnóstico precoce de gestação nas fêmeas domésticas apresenta importância intrínsica (possibilidade de manejo) e econômica (detecção precoce de problemas de fertilidade).

São seus pré requisitos conhecimentos básicos de anatomia, fisiologia e clínica e apresenta como limitações diagnósticos nem sempre seguros (limitações físicas e de equipamentos).

Métodos de diagnóstico (conforme a espécie animal todos ou alguns podem ser utilizados)

1. Clínicos

  • Palpação retal

  • Não retorno ao cio

  • RX (sem aplicabilidade em bovinos e eqüinos)

  • US (acompanhado com a palpação)

  • Laparoscopia

2. Laboratoriais

  • Citológicos: biópsia vaginal (animal não gestante apresenta na vagina 12 camadas de células, animais gestantes 5 camadas de células do tipo cubóide). Após 45 dias de prenhez, tem 95% de eficácia.

  • Hormonais: são como o do muco cervical, que detecta positivos após 2 semanas de gestação.

  • Dosagens de estrona , progesterona e eCG

  • Imunológicos

DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO NA VACA

Pode ser feito por métodos clínicos e por palpação retal.

O ciclo de prenhez nas vacas, detectado por palpação, pode ser dividido (segundo Götze) em 8 fases:

   

Fase 1: sem sintomas característicos

Duração 3 a 4 semanas

Cl palpável após 21 dias permitindo suposição (ipsis lateral, ou seja, do mesmo lado do corno gravídico).

 

Fase 2: pequena bolsa inicial

Duração: 4 a 5 semanas (35 dias)

Ligeira assimetria dos cornos uterinos

Embrião com 2 a 3 cm.

Líquidos fetais: 30 a 100 ml.

Obs.:os cornos uterinos, principalmente nas fêmeas primíparas não têm mais do que 1,5cm de diâmetro e ficam contidos apenas na cavidade pélvica, cabendo inteirinho na mão.

 

Fase 3: pequena bolsa característica

Duração: 6 a 7 semanas (40 a 50 dias)

Assimetria de cornos uterinos mais evidente

Inicia-se o efeito da parede dupla na placenta (“beliscamento”)

Embrião com 4 a 6 cm.

Líquidos fetais: 80 a 300ml.

 

Fase 4: grande bolsa inicial

Duração: 8 a 10 semanas (55 a 70 dias)

Assimetria pronunciada de cornos uterinos

O útero não mais permite a sua reunião sob a mão mas permite contorná-lo.

Adelgaçamento da parede uterina

Flutuação característica

Feto com 8 a 10 cm.

Líquidos fetais: 300 a 700ml.

   

Fase 5: grande bolsa característica

Duração: 11 a 14 semanas (75 a 100 dias- 3 meses)

Utero talvez permita contorná-lo

Feto com 10 a 20 cm.

Líquidos fetais: 700 a 2000 ml.

 

Fase 6: bolão

Duração : 15 a 20 semanas (105 a 140 dias - 4 meses)

Útero não mais contornável com a mão (tamanho de uma bola de basquete).

Palpação de alguns placentomas

Frêmito da artéria uterina média, facilmente sentido nas laterais da pelve.  Cuidado para não confundir com piometra onde o frêmito também está presente.

Líquidos fetais: 2 a 7 litros

 

Fase 7: abaixamento

Duração 21 a 30 semanas - 6 meses

O útero não mais está ao alcance do examinador.

Presença de um “funil”sobre a borda cranial da pelve

Eventualmente palpação de alguns placentomas

Permanência do frêmito da artéria uterina.

Ao final deste período possibilidade de palpação fetal pelo abdômen.

Nesta fase já se pode perceber no flanco do animal a presença dos movimentos do feto.

 

Fase 8: fase final

Período de gestação: mais de 7 meses

Subida do útero e palpação do feto.

Aos 7 meses: feto no flanco direito, próximo à pelve.

Aos 9 meses: feto na região mais caudal à última costela

Nesta fase é possível verificar-se se o feto está vivo e se há torção uterina (freqüente em animais estabulados pelo modo como o animal se levanta.  Na palpação sente-se a presença de estrias.

Obs.: Fêmeas bovinas prenhes podem apresentar cio durante a gestação: é o chamado cio do encabelamento, que ocorre quando o feto começa a formar o pelame, provocado talvez por liberação hormonal.  

Diagnóstico laboratorial

1. Estrógenos plasmáticos

Estrona e sulfato de estrona (Rádio Imuno Ensaio)

16 dias pós cobertura: >3ng/ml

2 – Dosagem de progesterona no plasma e no leite - ELISA

3. Citológico (biópsia vaginal)

Animal não gestante: 12 camadas

Animal gestante: 5 camadas de células cubóides

(após 45 dias de prenhez, este diagnóstico tem 95% de eficiência).

 

4. Exame do muco cervical

Feito com água destilada aquecida.

Se positivo, temos coagulação.  Se negativo, floculação ou turvação.

Permite diagnóstico após a 2ª semana de gestação.

5 – Ultra-som

Diagnóstico através da identificação da vesícula gestacional – 25-28 dias

 

DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO NA ÉGUA

O ciclo da gestação pode ser dividido em 9 fases.

Fase 1

Período de gestação: 28 a 30 dias (4 semanas)

Formação esférica de 2 a 3 cms. de diâmetro junto ao terço proximal do corno uterino (parece uma bolinha de tênis).

Tônus uterino elevado.

Fase 2

Período de gestação: 5 semanas (35 dias)

Presença de um aumento de volume de cerca de 3 a 4 cms de diâmetro, com forma elíptica.

Parede  uterina bastante fina

Discreta flutuação pela presença de líquidos e membranas.

Fase 3

Período de gestação: 6 semanas (42 a 45 dias)

Formação com 5 a 7 cms de comprimento e 5 cms de diâmetro (tamanho de um ovo grande).

Rechaçamento do corno uterino junto à junção corno/corpo.

Ovários na mesma posição inicial.

Fase 4

Gestação de 7 semanas (48 a 50 dias)

Aumento de volume com 6 a 7 cms de diâmetro (= ovo de pata)

Flutuação perceptível.

Fase 5

Gestação de 8 semanas (60 a 65 dias)

Formação com 12 a 15 cms de comprimento e 8 a 10 cms de diâmetro

Fase 6

Gestação de 3 meses (90 a 100 dias)

Aumento de volume com 20 a 25cms de comprimento e 12 a 16 cms

de diâmetro.

Deslocamento do útero para a cavidade abdominal (balotamento).

Fase 7

Gestação de 3 a 5 meses

Útero na cavidade abdominal

Ovário mais ventral, cranial e mais próximo do outro.

Ainda possível balotamento.

Fase 8

Gestação de 5 a 7 meses

Completo abaixamento do útero

Maior tensão dos ligamentos uterinos

Deslocamento maior dos ovários (que se aproximam cerca de 10cms.)

Eventual balotamento

Fase 9

Gestação de 7 meses até o parto

Subida do útero a partir dos 7 meses pelo crescimento fetal.

Fácil palpação do feto.

Obs.: Éguas prenhes por volta do 5º mês de gestação podem apresentar cio devido à presença de folículos acessórios que se rompem, principalmente no caso de animais bem alimentados, por isso não se deve deixar fêmeas pós cobertura com os garanhões e há necessidade de palpação antes de novos cruzamentos.  

Métodos laboratoriais

a)    Dosagem de progesterona

b)    Estrógenos sanguíneos – 85 dias de gestação

c)    Identificação de EcG – 50-90 dias de gestação

MIP test : teste imunológico da prenhez

35 dias: 85% de certeza.

Ultra-som – 19 dias já se identifica a vesícula gestacional.


DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO DA PORCA

Objetivos: confirmação rápida da gestação e detecção de animais não gestantes na propriedade.

1. Clínico:

  •  Observação dos animais cobertos (não devem retornar ao cio. Fêmeas não prenhes retornam a ele entre 18 e 25 dias. Alguns animais podem apresentar cio silencioso dando falsos positivos.)

  • Palpação retal, se o tamanho da pelve assim o permitir, ou seja, este método tem a limitação de só poder ser feito em fêmeas de grande porte.

Durante o ciclo estral: artéria ilíaca tem 1 cms de diâmetro e a artéria uterina média tem 2 a 4mm de diâmetro.

Já na gestação, a artéria uterina média terá 5mm de diâmetro aos 21 dias de prenhez e 1 cm, com presença de frêmito, aos 60 dias.

2. Laboratorial

a) Hormonal

RIE: entre 10 a 24 dias de prenhez, 96% de acerto.

RIE de progesterona aos 21 dias pós cobertura, a partir de plasma, soro de leite apresenta 77,6 a 85,5% de eficácia para prenhez positiva e 85,5 a 100% para diagnóstico negativo (serve para confirmar falsos negativos). Positivo = 3ng/ml.

Dosagem de prostaglandinas no sangue: embriões viáveis impedem a secreção de prostaglandinas na veia uterina entre os dias 11 e 16 da gestação.  Baixos níveis podem portanto indicar fêmea prenhe, mas o teste apresenta baixo nível de eficácia.

b) Histológico

Biópsia vaginal entre 31 a 90 dias

c) Ultra-som

Com sonar doppler  (36 a 77 dias)

Obs.: nas porcas é também possível a ocorrência de cios durante a gestação. Animais eventualmente cobertos costumam ter uma segunda gestação concomitantemente com a primeira, com abortamento ou leitegadas des-uniformes e inegáveis prejuízos à produtividade da granja.  


DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO NA OVELHA E CABRA

Pode ser clínico, laboratorial ou cirúrgico.

Clínico: não retorno ao cio.

Inspeção e palpação abdominal: impossível em termos de rebanho. Feita entre 90 e 100 dias.

Laboratorial

Dosagem hormonal – Progesterona Plasmática e no leite

histológico: biopsia vaginal

         40 dias - 97%

         80 dias - 100%

Cirúrgico

Peritoneoscopia: através de trocater, verificando as condições dos cornos uterinos.

Laparoscopia: 100% de eficácia aos 30 dias.

Ultrassom:

60 dias - 95%

 Efeito doppler

         Amplitude - profundidade: imagem fetal através do saco gestacional entre 30 e 35 dias.

RX: 90 dias  

DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO EM CADELAS E GATAS

É importante o conhecimento anatômico destas espécies porque em sua maioria os diagnósticos são feitos através de palpação.

O conhecimento da sintopia dos órgãos é importante porque algumas estruturas podem ser confundidas.

Os intestinos são bastante móveis quando comparados ao útero (já que este está preso por ligamentos como o ligamento redondo do útero).  A localização do útero é o primeiro passo para um diagnóstico.

O corno uterino de uma gata não gestante apresenta 0,5cms de diâmetro.

O corno uterino da cadela não gestante: 0,7 a 1 cm de diâmetro.

Gestação em gatas

O útero aumenta de diâmetro e há possibilidade de se perceber em seu interior estruturas arredondadas uniformemente distribuídas.

Em gestações mais adiantadas pode-se perceber a presença dos movimentos fetais.

Outros sintomas incluem edema de mamas, edema de vulva, alteração de comportamento, modificação dos aprumos do trem posterior (dilatação da pelve pela ação da relaxina).

Diagnóstico diferencial

  •  Ao palpar o animal cuidado para não confundir presença de fezes em intestino com gestação.  As fezes são móveis.

  • Piometra, hidrometra, mucometra e hemometra: são coleções uterinas que causam um aumento do diâmetro dos cornos.

  •  Puerpério: presença do corrimento vaginal e líquidos.

Gestação em cadelas

A palpação abdominal da cadela é mais difícil que da gata devido ao maior volume abdominal.

Em relação aos níveis de progesterona não existe diferença entre cadelas gestantes e não gestantes, devido à persistência do CL.

 

a) Palpação abdominal
Identificação de formações esféricas        (17-22 dias)
Ideal 31-33 dias após o pico de LH ou 28-30 após a  fecundação
b) Diagnóstico laboratorial
Proteinas de fase aguda - O fibrinogênio sérico durante a gestação está aumentada , porém estará aumentada também se houver processo inflamatório.
Dosagem de fibrinogênio maior de 250mg/dl – 21-30 dias
Dosagem maior de 280-300 mg/dl – 28 dias – 100% de prenhez

DOSAGEM HORMONAL

PROGESTERONA – concentração de progesterona é alta no diestro- não serve como diagnóstico
RELAXINA – produzida pela placenta canina. Ocorre um aumento 20-30 dias após a gestação
ELISA – a partir de 21 dias.
PROLACTINA – aumento no 30-45 dia de gestação
c) Achados Ultra-sonográficos

Dia 19-20- Vesículas não ecogênicas-  com 1 cm de diâmetro – próximos a bexiga 
Dia 21 – trabeculações, fetos
Dia 26 – contorno e batimentos cardíacos
Dia 29-30- mineralização da mandíbula
Dia 33 – costelas
Dia 38 – coluna lombar, torácica, cervical e crânio
Após 45dias – pulmões e fígado
Dia 50-55 – estômago, bexiga, e vesícula biliar
A termo – motilidade do trato gastro – instestinal
d) Raio X
A partir de 45 dias – calcificação do sistema ósseo fetal
Para determinar o número de fetos deve-se realizar exame radiográfico e não por ultra-som.
Conta-se coluna vertebral ou cabeças

 

 

 

 

 

 

 

Home ] Acima ]

Envie mensagem a mcguido@mcguido.vet.br com perguntas ou comentários sobre este site da Web.
Copyright © 2003 Maria Carolina Guido
Última modificação: 18 maio, 2005