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Vigilância Epidemio
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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

OBJETIVOS

Obter informações oportunas acerca de:

a)      casos de doença segundo a área geográfica, o tempo e os agentes prevalentes;

b)      recursos disponíveis para seu combate

c)      fatores ambientais relevantes, tanto de natureza física como biológica e sócio-econômico-cultural.

 Processar as informações obtidas: registro, organização e análise, interpretação e publicação de resultados.

 FUNÇÕES BÁSICAS

a)    identificação das fontes de informação responsáveis pelas observações e conseqüente notificação;

b)    mobilização dessas fontes de informação

c)    colheita sistematizada dos dados e sua conseqüente análise e avaliação

d)     formulação de recomendações que se constituem em subsídios para a tomada de decisão;

e)    disseminação das informações, assim elaboradas, a todos os segmentos que têm atribuições, assim elaboradas, a todos os segmentos que têm atribuições executivas, bem como aos que desempenham papel ativo nos diversos níveis do sistema.

 A vigilância epidemiológica é uma atividade multidisciplinar – médicos, médicos veterinários, sociólogos, engenheiros, ecólogos, estatísticos, biólogos, biomédicos e outros.

 O SISTEMA DE INFORMAÇÃO

 O sistema de informação possui três fases:

Entrada

Processamento

Saída

ENTRADA

a)    registro de mortes humanas e de animais

b)    notificação de casos de doença e epidemia

c)    investigações de laboratório e de campo

d)    componentes do ecossistema: físico, químico, biológico e sócio-econômico-cultural

e)    dados demográficos

f)     uso de produtos biológicos, medicamentos e insumos

g)   educação e treinamento

h)   controle de qualidade do sistema

PROCESSAMENTO

Análise e interpretação das informações obtidas

a)      Teste da consistência dos dados obtidos, isto é, confiabilidade

b)      Análise dos dados e sua transformação em informação

c)      Preparação dos informes

 SAÍDA

 Disseminação dos resultados e das recomendações a todos os agentes direta ou indiretamente envolvidos no sistema.

 O produto resultante desse trabalho deve oferecer os seguintes elementos:

     a)      história natural da doença

b)    características epidemiológicas e tendências das doenças

c)    perfil de surtos ou de epidemias

d)   descobrimento de mudanças ecológicas pertinentes

e)    hipóteses capazes de explicar a situação e as possíveis soluções a ela compatíveis

f)      recomendações com vistas ao estabelecimento de prioridades

g)    bases para o planejamento, implementação e avaliação de programas sanitários compatíveis.

 

NOTIFICAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO

 É muito importante que aconteça o intercambio das informações, de um lado a notificação do fato,e de outro a disseminação da informação por ele gerada.

A notificação deve ser facilitada, simples e de fácil acesso a todos.

Tão importante quanto notificar a doença, é notificar a ausência da doença no período determinado. A notificação da ausência da doença significa estado de alerta, estado de vigilância.

 INDICADORES DA OCORRÊNCIA DE DOENÇAS EM POPULAÇÕES

É importante a discriminação do tamanho da população estudada quando se relata a ocorrência de determinada doença para que possamos comparar duas propriedades ou dois períodos diferentes em uma mesma propriedade. Se simplesmente tivermos a notificação de um número absoluto, não quer dizer muita coisa. Dizer que uma propriedade tem 10 animais com brucelose e que outra tem 50, não permite que saibamos qual a situação epidemiológica é pior, pois se forem positivos 10 animais de uma propriedade com 50 animais é uma coisa, se forem positivos 10 animais de uma propriedade com 5000 animais é outra.

 FREQÜÊNCIA RELATIVA - é a razão ou quociente resultante de duas séries de valores numéricos absolutos.

É comum utilizar a centena como número base, expressando-se os valores em porcentagem. Porém, os dados se forem muito pequenos, podem ser expressos em qualquer múltipo de 10 (1000, 10.000, 100.000) .

Exemplo:

 Se tivermos 120 casos de doenças em um total de 4000 animais, teremos o equivalente a 3%(0,03).

Agora, se tivermos 120 casos de doenças em um total de 40.000 animais, poderemos expressar o resultado em 3 por 10.000, ao invés de 0,0003.

INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

Podem ser divididos em:

 Coeficientes e Índices.

 COEFICIENTES

 Expressa o risco a que um indivíduo está exposto, aparecendo no denominado, de apresentar o evento cuja freqüência consta no numerador.

O numerador é o atributo ou evento em estudo, como: número de nascimentos, mortes, casos de doenças.

O denominador é a população ou grupo sobre o qual o evento pó se manifestar.

 Ex: Número de óbitos por determinada doença / número de casos da doença

 INDICES

 Caracteriza apenas uma proporcionalidade entre duas séries de valores sem qualquer vínculo de associação probabilística.

Ex: Número de óbitos por determinada doença / número total de óbitos

 Esse índice reflete apenas uma relação de proporcionalidade entre os registros de óbitos, não expressa o risco de morrer por essa determinada doença a indivíduos que morreram por outra causa.

Na prática a distinção entre índice e coeficiente não é muito simples. Quando não houver possibilidade de que o fenômeno referido no numerador venha a ocorrer com qualquer dos membros do grupo que compõe o denominador, trata-se sem dúvida de um índice.

 CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

Do ponto de vista de sua abrangência os coeficientes e índices epidemiológicos podem ser classificados em: Gerais e específicos.

GERAIS: Quando as restrições apresentadas limitam-se apenas a tempo e espaço.

ESPECÍFICOS: Quando outras restrições são incluídas além do tempo e espaço. Podem ocorrer restrições no numerador, no denominador ou em ambos. Por exemplo: contemplar características como: sexo, raça, faixa etária, etc.

 COEFICIENTE GERAIS:

 Oferecem apenas uma visão global do fato apreciado, mas não oferecem qualquer detalhe adicional acerca dos múltiplos eventos que estão ocorrendo em paralelo na população.

Os de maior significado epidemiológico são: coeficiente de mortalidade, morbidade e natalidade.

 ÍNDICES GERAIS :

 Dentre os índices gerais o de maior significado epidemiológico é o índice demográfico ou índice vital de Pearl , representado pelo

Número de nascimentos numa localidade X durante o período Y / Número de óbitos ocorridos na localidade e período considerado.

 COEFICIENTES ESPECÍFICOS:

 Ex: Coeficiente de natalidade monógino feminino – Número de nascidos vivos numa localidade X no período Y / número de fêmeas em idade de procriar da localidade, no período

 ÍNDICES ESPECÍFICOS:

 Ex: Mortalidade proporcional – Número de óbitos por determinada causa numa localidade X e no período Y / Nº total de óbitos ocorridos na mesma localidade e período.

 PRINCIPAIS COEFICIENTES

NATALIDADE

 Mede a velocidade relativa com que os nascimentos estão ocorrendo na população

 Número de nascidos vivos numa localidade X e período Y / População da localidade no período considerado.

 Essa relação não representa legitimamente um coeficiente , uma vez que nem todos os indivíduos da população estão sujeitos a ter um filho.

 objetivando-se uma medida mais adequada a se conferir a capacidade reprodutiva de um rebanho, recorre-se aos coeficientes específicos de natalidade

 COEFICIENTE DE NATALIDADE MONÓGINO FEMININO

 Número de nascidos vivos na localidade X e período Y / Número de fêmeas em idade de procriar da localidade no período

 MORTALIDADE

 Avalia a taxa de mortalidade da população.

 Número de mortes por todas as causas na localidade X e período Y  / população da localidade no período.

 Para se obter informações específicas sobre os fatores envolvidos nos agravamentos a saúde ocorridos na população utilizamos os coeficientes específicos.

Os coeficientes específicos de mortalidade podem ser calculados segundo faixa etária, sexo, causa específica, etc.

 De acordo com a faixa etária temos um dos coeficientes mais utilizados o de mortalidade infantil – número de óbitos de menores de 1 ano na localidade X, período Y / número de menores de 1 ano da mesma localidade e período

 Natimortalidade – Número de nascidos mortos na localidade X e período Y / Número total de nascimentos ocorridos na localidade e período.

 Mortalidade intra-uterina – Número de abortos ocorridos na localidade X no período Y / número de concepções efetivadas na localidade e período.

 Morte embrionária precoce (42 dias gestação)

Abortos (42 até 260 dias)

Partos prematuros de 260 dias até a data prevista para o parto

Causa específica

 Temos o coeficiente de mortalidade específica para cada doença, reflete o impacto que cada doença acarreta a população, e contribuem para ações sanitárias.

 Nº de óbitos por determinada doença na localidade X e período Y / População suscetível a essa doença na localidade e período.

 LETALIDADE

 Coeficiente específico de grande utilidade na apreciação do evento morte, mede a intensidade da virulência na relação hospedeiro-parasita.

 Nº de óbitos por determinada doença na localidade X e período Y / Nº de casos da doença na mesma localidade e período.

Oferece elementos para o prognóstico da doença, isto é, reflete o risco de morrer por determinada doença a que estão expostos os indivíduos por ela acometidos.

 MORBIDADE

 Os coeficientes de morbidade expressam a freqüência da doença numa população. Reflete o risco  de ficar doente que corre um indivíduo dessa população.

Coeficiente de morbidade incidente (incidência) – avalia a freqüência de novos casos de doenças numa população num determinado período de tempo

 Casos novos de determinada doença na localidade X no período Y / População suscetível à doença na mesma localidade e período.

Coeficiente de morbidade prevalente – (prevalência)– casos de doença existentes em uma população, num determinado momento (prevalência por ponto), ou período de tempo (prevalência por período ou intervalo), independente de serem novos ou antigos.

Prevalência por ponto

Número de casos de uma doença existentes num dado momento e local / população existente naquele momento e local

Prevalência por período ou intervalo

Número de casos de uma doença existente num local e período determinado / população da localidade no período considerado

 PRINCIPAIS ÍNDICES

Índice de densidade populacional – Número de indivíduos / área – pode ser expressa em cabeças por hectares ou habitantes por quilômetro quadrado

Índice Vital de Pearl – ou Índice demográfico – número de nascidos vivos numa localidade X no período Y / número total de óbitos ocorridos na mesma localidade e período

Índice de mortalidade proporcional –

Óbitos por determinada causa numa localidade X no período Y / óbitos por todas as causas na mesma localidade e período

 Óbitos em determinada idade numa localidade X e período Y / total de óbitos em todas as idades no mesmo período e local

 

 

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Última modificação: 18 maio, 2005