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CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
SAÚDE X DOENÇA SAÚDE (OMS)
– Estado de completo bem estar físico, mental e social.
(não meramente a ausência de doença.) PERKINS
(1938) – “ Um estado de relativo equilíbrio, da forma e função do
organismo, resultante do seu ajustamento dinâmico e satisfatório, às forças
que tendem perturba-lo”. PIAGET
– O equilíbrio do ser vivo é um pseudo-equilíbrio
dinâmico resultante de uma multiplicidade de desequilíbrios naturalmente
compensados. LESSER
(1985) – Graus de saúde desde o ideal (OMS) até o zero (morte). Divisão de indivíduos
em categorias: a)Indivíduos de tal
forma acometidos que eles se sentem doentes. b)Indivíduos
aparentemente sadios (não sentem a doença porém a doença pode ser detectada) c)Indivíduos
nos quais as alterações fisiológicas ou tissulares decorrentes da doença,
embora presentes, não podem se detectadas. d)Indivíduos
que embora não apresentem nenhuma alteração capaz de configurar agravo à saúde
apresentam alterações emocionais ou descontentamento caracterizando diversos
graus de saúde. DOENÇA CAUSAS OU
DETERMINANTES A)Natureza
física B)Natureza
química C)Natureza
biológica D)Natureza
Psico-social
As causas interagem
continuamente, de forma que a doença em indivíduos ou em populações está
sempre na dependência do concurso de várias delas. SAÚDE
POPULACIONAL Gradiente
de saúde da população - Valor médio
do agrupamento dos diferentes graus de saúde dos indivíduos que a compõem.
Reflete na qualidade de vida de uma população. A
qualidade de vida de uma população será tanto melhor quanto menor o número
de indivíduos que apresentem agravos orgânicos aparentes ou não.
Para
vigilância epidemiológica – descoberta precoce de um caso - favorece ação
de rastreio; implantação de procedimentos sanitários adequados prevenir ocorrência
de novos casos. Indivíduos
infectados assintomáticos – propagadores de doença. Disseminadores
ambulantes do agente (difícil identificação) EPIDEMIOLOGIA raiz grega: epi = sobre demo = população
humana zoo = população animal logo = discurso, tratado DEFINIÇÕES
HISTÓRICAS
EPIDEMIOLOGIA Procedimento
lógico e método de investigação e de trabalho aplicável às ciências sanitárias
para descrever eventos, explicar-lhes as causas e projetar, atuar e avaliar as
intervenções. OBJETIVOS
DA EPIDEMIOLOGIA a)Determinação
da origem de doenças de causas conhecidas b)Estudo
e controle de doenças que têm causa desconhecida ou não claramente
definida c)Aquisição
de conhecimento sobre a ecologia e história natural das doenças d)Avaliação
dos efeitos sócio-econômicos das doenças e análise do custo-benefício das
diversas estratégias de controle e)Proposição e aperfeiçoamento de
planos de vigilância DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS METODOLOGIA
EPIDEMIOLÓGICA
1)Diagnóstico de situação 2)Tratamento e medidas de prevenção Etapas do processo a) b)
Epidemiologia Analítica – Processamento e análise
das informações obtidas na fase descritiva. Análise de
dados Formulação e
execução do teste de hipótese Conclusão As análises
buscam estabelecer associações causa-efeito. Podem ser : Estudos
Longitudinais : Observação de um grupo de indivíduos através do tempo,
com o objetivo de estabelecer possíveis
associações entre a exposição a um dado determinante e a freqüência de
ocorrência da doença correspondente. Estudos Longitudinais podem ser divididos
em:
•Coorte:
•Caso-controle: Modelos de estudos epidemiológicosCOORTE CASO-CONTROLEPrincipais características dos estudos
de coorte e caso-controle
Principais critérios para escolher o tipo de estudo epidemiológicoEstudos Transversais : Também
chamados estudos seccionais ou de prevalência – são aqueles realizados em um
período limitado de tempo, sem levar em conta os acontecimentos passados ou
futuros com objetivos de avaliar a situação existente relativa a ocorrência
de uma ou mais doenças. Indivíduos agrupados sem levar em
conta exposição nem o estado doença/infecção. c)
Epidemiologia experimental : Estudos realizados em condições
controladas objetivando esclarecer ou confirmar aspectos específicos de uma
questão relacionada à condição de saúde populacional. Fatores
a considerar para verificar a hipótese de uma relação causal entre fator e
doença
ØSeqüência
temporal ØEfeito
dose/resposta ØRepetibilidade ØForça
da associação ØPlausibilidade
biológica METODOLOGIA EPIDEMIOLÓGICAMETODOLOGIA EPIDEMIOLÓGICA
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA
De acordo com
LEAVEL e CLARK (1976) História
natural da doença é o modelo descritivo elaborado através das informações
capazes de explicar como e por que determinados eventos acontecem e participam
do processo de doença.
TRÍADE EPIDEMIOLÓGICAAGENTE: Todas
as substâncias, elementos ou forças, animadas ou inanimadas, cuja presença ou
ausência pode, mediante contato efetivo com um hospedeiro suscetível,
constituir estímulo para iniciar ou perpetuar um processo doença. HOSPEDEIRO: organismos passíveis
de abrigar ou sofrer influências dos fatores causais capazes de provocar
agravos à sua saúde AMBIENTE:
Podem ser biológicos, nutricionais, físicos, químicos, mecânicos ou psico -
sociais. INCIDÊNCIA
– A incidência expressa a freqüência de casos novos de uma enfermidade
em um determinado espaço de tempo, dando a idéia dinâmica do desenvolvimento
do fenômeno. (Nº de casos novos (iniciados) num período/população expostos
ao risco) x 10.000 PREVALÊNCIA
– Expressa a freqüência de casos (novos e antigos) de uma enfermidade em
um momento determinado = (Nº de casos existentes (novos e antigos) / população
exposta ao risco) x 10.000 Fases da
Historia Natural da Doença PERÍODO-PRÉ-PATOGÊNICO
- É o período em que ocorre a interação preliminar entre agentes
potenciais, hospedeiros e fatores ambientes no processo da doença. PERÍODO DE
INCUBAÇÃO - Período durante o
qual ocorre a instalação, e eventual multiplicação dos agentes etiológicos
no hospedeiro, sem que seja verificada sintomatologia da doença (doenças
transmissíveis). PERÍODO DE
EXPOSIÇÃO OU CARÊNCIA – doenças não transmissíveis. PERÍODO
PATOGÊNICO – Processo resultante da reação desencadeada no organismo do
hospedeiro em conseqüência ao estabelecimento do estímulo-doença. Podemos
sugerir que ocorra dois tios de relacionamento: Relacionamento
Harmônico : evolução inaparente ou subclínica Relacionamento
Desarmônico : incompatibilidade entre o hospedeiro e o parasita – forma
aparente da doença A evolução da doença pode ser : Convalescença: recuperação
total ou parcial do hospedeiro. Cronicidade: quase sempre
prejudicial ao hospedeiro. Morte REPRESENTAÇÃO
ESQUEMÁTICA DAS FASES OU PERÍODOS DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA (HND)
CONCEITO ECOLÓGICO DE DOENÇA Alguns fatores
ambientais básicos podem influenciar no processo doença tanto em indivíduos
como em populações. Componentes ambientais : Componentes
físico e químico: solo, água, elementos químicos, fatores climáticos. Componente
biológico: vida vegetal e animal. ESPECTRO
OU GRADIENTE DE TOLERÂNCIA DA ESPÉCIE Para cada espécie
animal ou vegetal há um elenco de fatores essenciais a sua sobrevivência na
natureza, com níveis de exigências que variam desde o ideal até os limiares
extremos, mínimo e máximo , aquém e além dos quais ela não poderá
sobreviver. MULTIDÃO: Grupamento ocasiona de animais que ocorre em razão de um atrativo momentâneo, dispersando-se o grupo tão logo a fonte de atração desapareça. Ex: nuvem de insetos ao redor de lâmpada acesa na escuridão. BIOCINESE: Relação de caráter permanente estabelecida entre os membros de uma comunidade, onde os indivíduos interagem entre si, tendo cada população o seu papel no cenário onde vive. UNIDADE ECOLÓGICA: Sistema dinâmico que inclui a biocinese e o respectivo habitat. NICHO
ECOLÓGICO: Papel o função que cada espécie desempenha neste
contexto. ECOSSISTEMA:
Conjunto de todas as unidades ecológicas limitadas a um determinado
ambiente BIOSFERA: Conjunto de todos os ecossistemas da terra. PERFIL DE UM ECOSSISTEMA O ecossistema contempla três componentes fundamentais: COMPONENTE
FÍSICO QUÍMICO: o solo e elementos químicos – fonte básica de
nutrientes, a água e os fatores climáticos. COMPONENTE BIOLÓGICO: Vegetais , seres
autotróficos (produtores) e animais (consumidores). COMPONENTE SÓCIO-ECONÔMICO CULTURAL: Ação interferente do homem sobre os
demais componentes. (hábitos alimentares, crenças
religiosas, condições tecnológicas) TIPOS DE PAISAGEM
ØPAISAGEM
AQUÁTICA OU HÍDRICA Representa ¾
da superfície do globo (mares, rios oceanos, lagos e pântanos ) ØPAISAGEM
CONTINENTAL Paisagem urbana, vegetal, desértica e
geleira EPIDEMIOLOGIA PAISAGÍSTICA
A distribuição
espacial dos animais está estreitamente associada às condições de abrigo e
alimentação oferecidas pela paisagem da região seja ela natural ou
artificial, resguardadas as condições essenciais do espectro de tolerância
ecológica. CADEIA ALIMENTAROMNÍVOROS
E PARASITAS – se alimentam de todos os elos
da cadeia alimentar . São
considerados híper-predadores DUBOS(1966)
- “
a experiência mostra que cada região geográfica, cada tipo de sociedade ou
cada grupo econômico se caracteriza por seu próprio grupo de doenças e tem
especiais necessidade médicas”. Postulados
de Robert Koch, 1890
ØO
agente da doença está presente em todos os casos da doença. ØO
agente nunca está presente em outras doenças como não patógeno. ØO
agente pode ser isolado em cultura pura e, se inoculado em um hospedeiro sadio,
provoca inevitavelmente a mesma doença. Postulados
de Evans, 1976 a)A proporção
de indivíduos com a doença deve ser significantemente maior no grupo dos
expostos à suposta causa que no grupo não exposto, mantido como controle b)Quando todos
os demais fatores de risco forem mantidos constantes, a exposição à suposta
causa deve estar presente, mais freqüentemente, naqueles indivíduos afetados
pela doença que nos demais não afetados c)Em
estudos prospectivos, o número de novos casos da doença deve ser
significantemente maior naqueles
indivíduos expostos à suposta causa que
nos outros não expostos. d)Após
a exposição à suposta causa, a distribuição temporal da doença deve
oferecer um perfil da curva normal em consonância com o seu período de incubação. e)Um
espectro de flutuações da resposta do
hospedeiro, oscilando desde os quadros suave aos mais severos, deve suceder a
exposição á suposta causa, assegurado o gradiente de lógica biológica. f)Uma
resposta mensurável do hospedeiro (anticorpos, células cancerosas, etc.) deve
aparecer regularmente após a exposição à suposta causa, em indivíduos que não
apresentavam tal resposta antes da exposição e, naqueles já reagentes na
ocasião da exposição, tal reação deve ser aumentada. Esse perfil de
resposta não deve ocorrer em indivíduos não expostos à aludida causa. g)A
reprodução experimental da doença deve ocorrer com maior freqüência em
indivíduos apropriadamente expostos à suposta causa que naqueles a ela não
expostos (controles) . Essa exposição pode ser deliberada, em voluntários,
induzida experimentalmente, em laboratório ou demonstrada em observações
controladas de exposição natural. h)A
eliminação (por exemplo a remoção de um agente infeccioso específico) ou a
modificação (decorrente da alteração da dieta deficiente), da suposta causa
deve reduzir a freqüência de ocorrência da doença. i)A
prevenção ou modificação da resposta do hospedeiro (por exemplo a imunização
desse ou o emprego do fator específico de transferência linfocitária) deve
reduzir ou eliminar a doença que ocorre normalmente como conseqüência da
exposição à suposta causa. j)Todas
as relações e associações devem ser biológica e epidemiológicamente confiáveis características
principais:
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