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Fatores de doença
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FATORES AMBIENTAIS COMO DETERMINANTES DE DOENÇA

FATORES FÍSICOS E QUÍMICOS:

Manifestam-se com igual intensidade tanto com relação ao agente como ao hospedeiro e respectivos vetores, favorecendo ou desfavorecendo a atuação desses no processo da doença.

FATORES CLIMÁTICOS: os mais importantes determinantes físicos dos padrões de ocorrência de doenças.

Afetam os hospedeiros, as populações de vetores e de agentes biológicos de doenças, parasitas, quando estão em vida livre.

Podem acarretar agravos a saúde de animais jovens e recém-nascidos, por serem sensíveis ao frio, ao calor e à desidratação.

Cordeiros e leitões são particularmente sensíveis ao frio.

Vento - pode carrear agentes infecciosos como o vírus da aftosa, bem como vetores infectados por agentes de doença, esporos, ovos de parasitas, ácaros, etc. por longas distâncias.

Raios Solares – eficiente na inativação de agentes infecciosos. (Vírus da gastroenterite suína).

Os fatores climáticos são determinantes extrínsecos dos padrões temporais de ocorrência e transmissão de doenças, podem afetar tanto ao hospedeiro como ao agente, como ao vetor.

Microclimas dentro de macroclimas (região) são muito importantes pois, pequenas coleções de água em fendas de rochas ou plantas agrestes, são verdadeiros criadouros de mosquito em ambiente árido. As altas taxas de contato nessas áreas, favorecem também a introdução e disseminação de doenças como a peste bovina, a febre aftosa, helmintoses.

Solo :  - contribuem para inanição quando escasso de vegetação, ou quando elementos nutricionais não se encontram em equilíbrio adequado.

Ex: Carência de fósforo e cobre diminui a fertilidade em ovinos.

A capacidade de retenção de água, pH e porosidade, são fatores que interferem na sobrevivência do agente na natureza.

O solo pode oferecer excelente meio para o crescimento de fungos, agentes da criptococose e histoplasmose, formas esporuladas dos clostrídios e bacilos, favorecem a evolução de ovos e larvas de helmintos ou de oocistos de eimerídeos.

A paisagem pode contribuir para manutenção de determinadas doenças como a Leishmaniose (Florestas com vetores flebotomíneos e reservatórios silvestres)

Hidatidose (Planície dos pampas – favorecem a manutenção dos ovos do Echinococcus granulosus eliminados pelos cães, preservados da radiação solar)

Paisagens montanhosas possuem gruta e cavernas – morcego hematófago – raiva dos herbívoros.

Paisagens hídricas – (Pântanos, lagos, açudes, represas) – verdadeiros criadouros de invertebrados , artrópodes e moluscos hospedeiros intermediários indispensáveis (Fasciola hepática; Shistosoma mansoni )

Os solos podem ainda conter agentes químicos causadores de doenças, sejam através do próprio solo ou da água ou das plantas forrageiras.

FATORES BIOLÓGICOS

POPULAÇÕES ANIMAIS

Incluem diferentes espécies de vertebrados e invertebrados – favorecendo ou prejudicando o processo de doença.

Algumas espécies de vertebrados podem desempenhar o papel de reservatórios assintomáticos, favorecendo a transmissão da doença para população de maior suscetibilidade.

Ex; Os morcegos, para a raiva e os roedores, para a leptospirose.

Algumas situações o agente necessita da interação de diferentes espécies  de hospedeiros vertebrados para completar seus ciclos vitais EX: Taenia solium (suíno e homem)

RELAÇÕES INTRA – ESPECÍFICAS

Relações estabelecidas entre indivíduos de mesma espécie.

EFEITO GRUPO: Uma necessidade que certas espécies apresentam de só se reproduzirem e sobreviverem se estiverem em grupo Ex: Elefantes na África – facilidade para aquisição de alimento e defesa

EFEITO MASSA: Contrário ao efeito grupo, ocorre quando há superpovoação, leva à condição de competição intra-específica, é deletérea.

RELAÇÕES INTER-ESPECÍFICAS

NEUTRALISMO: Duas espécies são independentes não exercendo qualquer influência uma sobre a outra.

COMPETIÇÃO INTER-ESPECÍFICA: quando a disputa pelo alimento, abrigo u lugares de postura, traz conseqüências desfavoráveis para as espécies competidoras.

SIMBIOSE: Quando uma espécie só pode crescer, sobreviver e se reproduzir na presença da outra.

MUTUALISMO: Semelhante à simbiose porém não é obrigatória para ambos os parceiros, embora possa sê-lo para um deles.

COOPERAÇÃO: associação dispensável à sobrevivência, porém podendo ser muito vantajosa para ambos.

COMENSALISMO: Quando uma espécie dita comensal tira proveito do hospedeiro porém, sem causar-lhe prejuízo.

AMENSALISMO: Espécie dita amensal é inibida no seu crescimento ou reprodução por outra espécie inibidora que nada sofre.

PARASITISMO: Quando uma espécie parasita, geralmente menor, vive no organismo de seu hospedeiro do qual depende para abrigar-se, alimentar-se, podendo causar-lhe prejuízos mais ou menos severos.

PREDAÇÃO OU PREDATISMO: Quando uma espécie dita predadora depende para sua alimentação de outra espécie denominada presa.

FATORES SÓCIO-ECONÔMICO- CULTURAIS

O homem como fator interferente nas interações do ecossistema – Determinante da doença.

Alterando o ambiente pode promover o aparecimento de condições para o desenvolvimento de doenças.

O homem pode prevenir ou controlar situações potencialmente perigosas introduzindo no momento oportuno, utilização de drogas, vacinas, controle de movimentação de animais e produtos, sacrifício, quarentena, etc.

O homem também pode influenciar a freqüência da ocorrência das doenças dos animais, zoonoses, introduzindo ou disseminando seus agentes nas propriedades onde transita, como visitante, como comerciante, empregado, veterinário e outros.

O homem também é responsável pela degradação do ecossistema se tornando a fonte principal poluidora.

POLUIÇÃO PRIMÁRIA OU DE PRIMEIRO GRAU

Conseqüências das ações fundamentais de sobrevivência do indivíduo u seu grupo familiar na sociedade.

a)      Destinação do esgoto doméstico: Lançado “in natura” – polui solos e manaciais

b)      Lixo: proliferação de vários animais nocivos, animais sinantrópicos como roedores, baratas, moscas, etc.

c)      Uso de equipamentos poluidores: veículos motorizados – poluição do ar – monóxido de carbono, material particulado e poluição sonora

d)      Lazer predatório:

POLUIÇÃO SECUNDÁRIA OU DE SEGUNDO GRAU

Agressões ao ambiente em nome do desenvolvimento – Desmatamento, queimadas, emprego desordenado de pesticidas

POLUIÇÃO TERCIÁRIA OU DE TERCEIRO GRAU

Atividade industrial indispensável ao progresso – Poluição do ar água e dos campos, tornando áreas inteiras inóspitas à vida humana e animal.

Lixo químico – Tragédias ecológicas.

O AGENTE BIOLÓGICO COMO DETERMINANTE DE DOENÇA

IMPORTÂNCIA DO AGENTE BIOLÓGICO:

A presença ou ausência do microrganismo específico configura-se como condição fundamental para a epidemiologia da doença.

CARACTERÍSTICAS DO AGENTE:

Serão avaliadas características como:

Infectividade

Patogencidade

Virulência

Capacidade imunogênica

Variabilidade

Persistência

Tais características implicam na relação hospedeiro-parasita, bem como nas condições de sobrevivência do agente.

INFECTIVIDADE: Capacidade do agente causar infecção – invadir, instalar-se e multiplicar-se no hospedeiro ( independente de produzir agravos à saúde).

O conhecimento da infectividade permite prever a intensidade da propagação da doença na população.

EX: Vírus da Febre Aftosa – elevada infectividade – disseminam - rapidamente

 Micobactérias – baixa infectividade  - disseminam-se lentamente

PATOGENICIDADE: É a capacidade do agente em acarretar o aparecimento dos efeitos maléficos, isto é de agravos ao microrganismo.

É a freqüência da manifestação clínica da doença na população. Agentes de elevada patogenicidade determinam numa população de suscetíveis elevada porcentagem de casos clínicos da doença.

VIRULÊNCIA: Intensidade da manifestação clínica da doença, traduzida pelo grau de severidade do agravo ou dano acarretado ao hospedeiro pelo agente.

Para medir a virulência de um agente, ou da atividade das toxinas utiliza-se dose letal mediana (DL 50%).

CAPACIDADE IMUNOGÊNICA: Potencial do agente em provocar no hospedeiro um estímulo imunitário específico.

RESISTÊNCIA: Capacidade do agente em superar as adversidades do ambiente, especificamente as influências deletérias do meio exterior, quando em ausência de parasitismo, isto é, fora do organismo do hospedeiro.

Como fatores do ambiente que exercem influência com maior intensidade sobre a resistência dos agentes etiológicos, temperatura, radiação solar, luminosidade, umidade, substâncias químicas, pH.

VARIABILIDADE: A variação antigênica é um exemplo do mecanismo seletivo de adaptação do agente a uma situação adversa, alternando suas características antigênicas para iludir os mecanismos de defesa do hospedeiro.

PERSISTÊNCIA: Reflete a capacidade de um agente, uma vez introduzido numa população de hospedeiros, nela permanecer por tempo prolongado ou indefinidamente.

O agente em sua luta pela sobrevivência busca sempre:

a)      adaptar-se ao parasitismo do maior número possível de espécies hospedeiras

b)      estabelecer um relacionamento menos agressivo o mesmo utilizar-se de invertebrados, no organismo dos quais pode permanecer, muitas vezes indefinidamente, por um processo de transmissão vertical transovariana.

c)      Adquirir formas de resistência ao ambiente, que lhe permitam sobreviver em ausência de parasitismo,

Criar mecanismos capazes de iludir os recursos de defesa do hospedeiro.

 

 

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Última modificação: 18 maio, 2005