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AÇÕES
DE PROFILAXIA RELATIVAS ÀS FONTES DE INFECÇÃO
OBJETIVOSAs
ações preventivas dirigidas às fontes de infecção têm como objetivo
limitar a capacidade de infectante, ou seja, reduzir o potencial de infecção
representado pelo número e mobilidade das fontes de infecção de uma
determinada área geográfica. PROCEDIMENTOS DISPONÍVEISOs
recursos de maior eficiência aplicáveis às fontes de infecção são o sacrifício,
o isolamento e o tratamento. a) SACRIFÍCIO Consiste
no abate deliberado de um número restrito de animais infectados (fontes de
infecção), com o intuito de proteger a maioria da população ainda não
afetada. FATORES LIMITANTESDISPONIBILIDADE
DIAGNÓSTICA
Dificuldade
de identificação de fonte de infecção é um severo entrave para aplicação
de tal medida. Ainda assim o sacrifício de doentes típicos ou reagentes aos
procedimentos imunológicos de triagem, tem figurado como medida relevante em
muitas campanhas modernas e bem sucedidas de combate às doenças dos animais. NATUREZA
DA ESPÉCIE HOSPEDEIRA
A
espécie hospedeira pode ser extremamente restritiva. A
espécie humana
está excluída do emprego de tal medida. As
espécies silvestres
oferecem graus de dificuldades variáveis, particularmente em razão do aspecto
seletivo que se impõe na salvaguarda do equilíbrio ecológico. O
controle de morcegos hematófagos, através de anticoagulantes, bem como as ações
dirigidas as raposas são bastante conhecidas. Em
doenças como a raiva, a leishmaniose e doença de Chagas, as espécies
domiciliares, representadas pelos
animais de estimação são submetidas ao
sacrifício principalmente porque outras medidas alternativas não são
eficientes e o risco de transmissão da doença para a população humana se
torna iminente. No
caso de espécies
peridomiciliares, representadas pelos
roedores, as ações são conduzidas de forma mais geral,sem a possibilidade de
identificação dos indivíduos infectados. Tal ação se enquadra no
procedimento configurado como despovoamento. Com
relação ás espécies
domésticas representadas pelos animais de exploração econômica, os
maiores entraves são de natureza econômica e técnica. Para se tomar uma decisão
deve ser considerada a relação custo-benefício. São relevantes os valores
zootécnicos do animal, o nível de prevalência da doença no rebanho e a
disponibilidade de recursos para realização de um programa tão oneroso. Em
se tratando de níveis de prevalência elevado, a indicação de sacrifício
somente deve ser considerada em circunstâncias especiais, como o risco para a
população humana ou a ameaça
para os rebanhos do país. Outro
fator a ser considerado é a possibilidade de reposição dos animais, ou seja a
reconstrução do rebanho, tanto no que diz respeito a recursos financeiros,
como à existência de excedentes no mercado de animais. CARACTERÍSTICAS
DOS AGENTES CAUSAIS
É
um significativo elemento de restrição ao emprego do sacrifício como medida
preventiva. a)
agentes que apresentam elevada resistência às condições ambientais,
como os esporulados b)
agentes que contam com outros recursos alternativos para a sua persistência
na natureza, como a participação de vetores ou mesmo de reservatórios
silvestres. Tornam
ineficientes essa medida. INDICAÇÃO
DO SACRIFÍCIO
A
decisão pela utilização do sacrifício deve ser bem fundamentada para que
justifiquem uma ação tão drástica. Sua
indicação é feita em caso de doenças graves, de alta difusibilidade, com
ocorrência em áreas de pequena extensão, seja por se tratar de introdução
recente em uma região indene, ou porque se encontram em fase final de um
programa sanitário, onde as medidas iniciais reduziram a prevalência a níveis
compatíveis com o sacrifício. CUIDADOS
NA APLICAÇÃO DAS AÇÕES
Os
procedimentos operacionais para a realização do sacrifício devem ser
realizados por pessoal técnico, altamente qualificado, objetivando evitar
riscos de disseminação do agente a outros ambientes, ou mesmo, de infecção
pessoal por acidente de trabalho. Essa
medida deverá sempre ser completada com rigorosa desinfecção concorrente e
destruição e destinação adequada das carcaças e de todos os resíduos e
restos animais, porventura existentes no local. Embora
seja desejável que tal operação realize-se no próprio local onde se encontra
o animal, em circunstâncias especiais, esse poderá ser transportado para local
apropriado, como um matadouro público. Nesse caso, todos os cuidados devem ser
tomados visando evitar a difusão do agente. b) ISOLAMENTO Consiste
na segregação do indivíduo fonte de infecção, pelo período máximo de
transmissibilidade da doença que o acomete. Tal ação apresenta dupla
finalidade: por um lado concentra o potencial de infecção a uma área restrita
e controlável, facilitando a adoção de medidas adequadas de tratamento, bem
como propiciando melhores oportunidades de destruição do agente infectante
pela desinfecção, e, por outro, bloqueia o acesso do agente a outros
hospedeiros suscetíveis. Na
espécie humana isso ocorre em hospitais ou mesmo no próprio domicílio do
doente, desde que as necessárias condições de segurança sejam satisfatórias. Em
relação às espécies animais, sua aplicação apresenta algumas variações,
a saber: a)
Com relação aos animais de estimação a segregação dos indivíduos
ocorre em instituições oficiais, como os centro de Controle de Zoonoses, em
hospitais, em clínicas particulares, ou no mesmo domicílio, resguardando as
indispensáveis condições de segurança relativas ao risco de disseminação
da doença a outros suscetíveis, inclusive ao homem. b)
Para as espécies de exploração econômica ocorrem limitações de
natureza econômica e técnica, particularmente devido às dificuldades em serem
conseguidas as condições essenciais de segurança indispensáveis à sua execução.
Na prática procede-se a segregação de grupos de animais doentes em instalações
que variam segundo a espécie animal e o tipo de exploração econômica,
portanto de manejo adotado. MODALIDADES
DE ISOLAMENTO PARA ANIMAIS
Com
relação aos aspectos legais, os regulamentos sanitários oferecem opções de
isolamento que variam de acordo com as circunstâncias sanitárias e econômicas,
sendo as modalidades de isolamento para animais mais comumente utilizadas: A)
ISOLAMENTO INDIVIDUAL OU ISOLAMENTO PROPRIAMENTE DITO: O
indivíduo é isolado em uma dependência especialmente construída para esta
finalidade. B)ISOLAMENTO
EM GRUPO OU ACANTONAMENTO Os
animais doentes são segregados em dependências adequadas, salvaguardadas todas
as condições de segurança relativas ao risco de dispersão do agente
infectante a outros animais suscetíveis. C)ISOLAMENTO
DA ÁREA, SEQUESTRO OU INTERDIÇÃO DA PROPRIEDADE OU INSTALAÇÃO. Não
apenas os animais, mais ainda as dependências
e objetos ficam bloqueados, sem comunicação livre com o exterior. A
propriedade fica impedida de movimentar tanto os animais, como os outros bens e
produtos para além de seus limites, sem a devida autorização dos agentes
sanitários que controlam a movimentação de pessoas também. Ações
concomitantes como o sacrifício, a desinfecção ambiental e a desinsetização
devem ser desenvolvidas regularmente sempre que se julgar necessário. c) TRATAMENTO ESPECÍFICO A
atuação terapêutica sobre as fontes de infecção apresentam dupla
finalidade: CURATIVA
Com
objetivo da clínica, bloqueia a evolução do quadro da doença no indivíduo
em busca de sua rápida recuperação. PROFILÁTICA
Reduz
o período de transmissibilidade da fonte de infecção, sendo essa sua
principal importância como medida preventiva. Os
produtos terapêuticos atuam de maneira diversa, quer impedindo a oviposição
das fêmeas dos parasitas e com isso reduzindo a contaminação do ambiente,
quer inibindo o desenvolvimento embrionário na evolução do ovo. Em tais
casos, o interesse da medida não reside na ação terapêutica que essa venha
exercer sobre o parasita em si, mas na interferência que possa acarretar a seu
ciclo evolutivo. A não ser em casos muito especiais, não podemos esperar que as medidas aplicadas às fontes de infecção, isoladamente, venham resolver todos os problemas que encontramos, com freqüência, na prática. Todavia tornam-se valiosíssimas quando associadas às medidas impostas aos demais elementos da cadeia de transmissão. |
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